Eclipses são fenômenos que, querendo ou não, nos impactam com mudanças. Mudança é uma palavra que costuma assustar, mas, vamos lembrar que as mudanças fazem parte da vida terrena, regida pela grande Lei da Impermanência, que diz que nada é permanente, a não ser a própria mudança. Ler:
Às vezes as mudanças são dolorosas, especialmente quando os eclipses chegam muito pressionados por planetas como Saturno, Urano e Plutão, ou tocando pontos de tensão em nossos mapas, com perdas de pessoas, empregos, dinheiro, saúde. Às vezes, infelizmente, a vida não é fácil, pois precisamos, de uma maneira ou de outra, cumprir nosso destino.
É assim que lapidamos nosso caráter e adquirimos mais força, consciência e maturidade emocional. A dor pode nos dominar e corroer, em muitos momentos. Mas muitas vezes, os eclipses trazem mudanças surpreendentemente boas, cheias de novidades e esperança de um novo ciclo de vida, construído, na maioria das vezes, com algum trabalho e muitas recompensas.
Em tempos de eclipses, o mais difícil é aceitar a necessidade de desapego. Procure refletir sobre o que significa desapego e não confunda desapego com falta de amor e cuidado. Desapego é a capacidade de deixar ir, deixar fluir e seguir com leveza e confiança esse fluxo de vida. Exercitar o distanciamento emocional sobre o que está por vir, não alimentar a ansiedade, apenas observar os acontecimentos e a vida, de maneira mais ampla.
Aprender o distanciamento emocional, é necessário, porque as emoções costumam prejudicar a clareza dos fatos. Se nos deixarmos levar por elas em tempos de eclipses, não vamos conseguir deixar que a vida aconteça naturalmente; para isso, devemos deixar o controle de lado. Sem esse distanciamento, nossos medos vêm à tona e podemos nos perder dentro de processos inconscientes mais profundos. O medo é muito importante em qualquer processo, pois ele nos protege. Mas quando ele nos domina, perdemos a capacidade de raciocínio claro, de pensar livremente e de agir. Quando isso acontece, podemos nos paralisar diante dos acontecimentos e nosso discernimento e capacidade de discriminação diminui ou, pior, desaparece.
Eclipses sempre trazem acontecimentos marcantes, que são divisores de águas, aqueles acontecimentos que nunca esquecemos como um casamento, um divórcio, o nascimento de um filho, a perda de alguém querido, uma mudança de casa, cidade ou país, a abertura de um novo negócio ou de um emprego ou função importante que conseguimos depois de muito tempo de esforço. Enfim, eles nunca trazem mudanças sem significado. Elas sempre marcam a finalização de um ciclo de vida e começo de outro.
Normalmente, sentimos os sinais dessas mudanças, muito antes do dia exato dos eclipses acontecerem, algumas semanas, normalmente e seguem por pelo menos seis meses e, em alguns casos, podendo se estender a até dois anos.
Os eclipses sempre sinalizam o que está por vir. E, se tentarmos controlar os acontecimentos, o sofrimento vai aumentar consideravelmente, pois o controle, normalmente, é uma grande causa de sofrimento. Lembre-se sempre: siga o fluxo, deixe ir o que precisa ficar no passado. Deixar a vida acontecer prestando atenção aos sinais e observar para onde estamos sendo levados é uma arte a ser aprendida e é um trunfo que temos nas mãos em tempos de eclipses.
Lembre-se: quanto mais consciência, menos sofrimento.
Manter a serenidade é importantíssimo nos momentos de mudanças, pois quando estamos serenos, estamos abertos e livres para abraçar o novo ciclo que começa a desenhar-se. Assim é a vida e não existe nada que mude o samsara, que impeça a roda de girar. É dessa forma que evoluímos e expandimos nossa consciência.
As mudanças começam a acontecer e a vida diz para a gente: coloque os remos dentro do barco e relaxe; agora o controle não está mais em suas mãos. É dessa forma que somos levados aonde devemos chegar. É claro que devemos fazer nossa parte nesse trabalho, mas o comando dessa viagem não está mais em nossas mãos.
Não temos outra escolha, a não ser deixar a vida nos levar para mais uma etapa. Um ciclo se completa e outro começa natural e sincronicamente. Vamos torcer para que ela seja sempre um pouco mais compassiva e generosa com todos nós.





