O budismo chama esse sentimento de sofrimento de mudança. Sabemos, por experiência, que tudo o que fica parado apodrece, começa a cheirar mal, que falta de movimento é sinal de morte. Quando morremos, nosso corpo físico paralisa e endurece, pois nada mais pulsa em nós. A vida é caracterizada pelo movimento, portanto, tudo o que fica parado, tudo o que permanece como está, começa a parar de pulsar e caminha para a morte.
Pulsar é viver em constante movimento, em constante atividade. Viver envolve um processo de transformação constante e não há nada que possa mudar essa lei. Não existe perpetuação de nada, tudo é mutável o tempo todo. Nada é permanente, tudo é passageiro. Essa é uma lei irrevogável da existência humana e enquanto não aceitarmos essa realidade, não vamos conseguir fluir livremente junto com a vida.
O apego às coisas, à rotina e às pessoas não nos permite abrir espaços para o novo. Muitas vezes nos percebemos apegados e atrelados a situações dolorosas e à insatisfação, mantendo as mesmas queixas e lamentações que só atrasam nosso crescimento e possibilidade de felicidade e contentamento.
Quando algo começa a incomodar, a crise se instala e quando isso acontece, é hora de parar e fazer um balanço honesto e consciente e descobrir o que está incomodando e o que deve ser mudado. Se algo não funciona mais como antes, se não é mais satisfatório, o Universo manda a mensagem: “hora de mudar!”
Com coragem e determinação, firmeza e honestidade, devemos nos abrir e começar, conscientemente, a fazer as mudanças necessárias. É sempre melhor começarmos por nossa iniciativa, do que esperar que algo fora de nós desencadeie esse processo. É hora de deixar a vida fluir e levar o que for necessário; é hora de desatarmos o nó que nos enlaça com o passado e abrir espaços para o novo entrar. Quanto mais resistimos a esse processo, mais sofremos.
Devemos aprender com o budismo que diz que devemos contemplar a transitoriedade e aceitar a inevitabilidade.
Quando aceitamos a inevitabilidade das mudanças e deixamos o controle de lado, entramos em sintonia com a energia da fé, conseguimos relaxar e nos aliamos ao fluxo natural e pulsante da vida e do Universo.
Precisamos exercitar nossa mente nessa direção, como exercitamos nossos músculos.
A física quântica nos traz alguns conceitos importantes. O primeiro e principal, o carro chefe de todas as outras teorias, é que existe um campo que conseguimos acessar através da prática disciplinada da meditação, designado de campo quântico, um “lugar” de infinitas possibilidades e é o olho do observador que vai colocar em movimento a energia da manifestação de um determinado acontecimento.
No ato da observação, a consciência transforma a onda de possibilidade e nos tornamos co-criadores. Ou seja, a observação consciente faz com que um determinado evento se manifeste em meio a inúmeros possíveis eventos. Esse focalizar consciente faz com que a possibilidade se torne realidade.
É preciso a interferência da consciência para reduzir inúmeras possibilidades em uma única realidade e isso só é feito através do exercício da liberdade e poder de escolha. A Nova Era é a era da consciência, que é a base da existência. Podemos manifestar o que quisermos, mas antes, precisamos trabalhar com disciplina no na melhora de nossa auto estima e da fé para realizarmos a manifestação quântica. Os medos inconscientes, a dificuldade em se deixar levar pelo fluxo da vida, a falta de fé e a baixa autoestima bloqueiam o processo natural de manifestação, interferindo diretamente na intenção do observador.
A partir do autoconhecimento, aprendemos a deixar a vida fluir; se nos conhecemos profundamente, nossos medos diminuem e nos permitimos fluir junto com as inevitáveis mudanças que a vida nos traz. Sem os medos que paralisam e cientes que as mudanças são inevitáveis, conseguimos adentrar livremente em nós, contactar a Inteligência Superior que nos guia e criar conscientemente uma vida de paz e tranquilidade dentro e fora de nós.