Marte, na astrologia, traz em si, o arquétipo do deus da guerra, simboliza nossa agressividade, capacidade de luta, esforço, a energia sexual e potência, nosso poder de ação e reação, nossa vontade e desejo. Está relacionado com a força motriz que nos empurra para frente e na direção das nossas conquistas, com nossa vitalidade.
Quando usamos a razão, quando temos consciência do que desejamos e de onde queremos chegar, podemos aprender muito.
Marte pode expressar-se de duas maneiras: uma inteligente e outra irracional.
Na mitologia Grega, Marte era conhecido como Ares, que era odiado pelos gregos, exatamente por não possuir nenhuma inteligência. Era o deus da guerra e nada mais, queria sangue, apenas isso. Agia por impulso, carregava em si, um ódio destrutivo. Ares possuía dois escudeiros: Deimos, que significa medo e Phobos, que significa susto. Esses são também os nomes das duas Luas do planeta Marte.
Tinha dois companheiros, Eris, que significa luta e Enyo, que significa destruidor de cidades.
Era perseguido por um grupo de sanguinários, denominado Kares, que significa “aqueles que gostam de beber o sangue escuro dos que estão morrendo”. Ares não tinha cérebro, não pensava, foi concebido na ira de Hera, quando soube que Zeus, seu marido, havia concebido Athena sem sua participação. Ares, portanto, é filho do rancor e do ódio de Hera.
Podemos encontrar o mesmo deus Marte em Roma. Lá ele era conhecido como Marte, o romano. Marte romano era diferente do grego: usava seu cérebro e, por esse motivo, era visto com simpatia. Não carregava em si, o ódio cego e nem era explosivo. Tinha também dois escudeiros, mas eles eram diferentes dos que acompanhavam Ares. Eram Honos, que significa honra e Virtus, que significa virtude. Ele lutava pelo que queria de maneira virtuosa e honrosa, com força e coragem.
Essas são as duas maneiras que podemos usar as energias de Marte, com inteligência ou não, usando o cérebro antes de agir ou a impulsividade agressiva e destrutiva. Essa energia estará presente em todos nós e cabe somente a nós escolhermos a forma que vamos expressar nossa agressividade.
Parece incrível, mas quase nunca nos ensinam que a agressividade pode ser uma coisa muito boa, que sem ela, não construímos nada, não nos tornamos melhores, não fazemos nada de bom para nós e para o mundo.
A agressividade e a raiva, quando bem direcionadas, são fundamentais à nossa realização e sobrevivência. Parece que, em nossa cultura, o único significado que ela tem é de algo destrutivo e nocivo a todos.
A energia marciana é a força que nos empurra para frente, quando colocamos em andamento nossa vontade e determinação.
A agressividade é um componente inato na nossa constituição biológica e é uma parte de nós que, quando negada, pode nos trazer muitas complicações. Se começarmos a olhar de forma diferente para essa bomba relógio que trazemos dentro de nós, com coragem de colocar em xeque tudo o que pensamos de nós mesmos, nossa autoimagem, nossas vaidades e prisões religiosas e familiares, podemos ter uma visão mais abrangente e integral de quem realmente somos.
É fundamental enfrentarmos nossas raivas e rancor, entrar em contato com sentimentos mais profundos de abandono, castração, humilhação, culpa e ódio e trazermos todos à luz da consciência, para que a agressividade seja parte integrante do nosso crescimento.