Para falar do ascendente, precisamos nos voltar ao útero materno, um lugar paradisíaco na maioria das vezes, onde não existe separação; nós e o Universo somos um. O único momento em que vivemos essa sensação de Unidade, é quando ainda estamos imersos no útero materno. Até que chega o momento esperado, quando começamos a nossa primeira luta, como diz Joseph Campbell, em “A jornada do herói”.
Depois de nossa primeira luta pela sobrevivência, nascemos! E é na primeira respiração que ganhamos uma identidade, que nos apropriamos de quem realmente somos ou devemos ser e do nosso caminho nesta nova existência. Nesse momento, através do horário de nossa primeira e dolorosa respiração, é calculado o signo que se levanta, ou seja, que ascende no horizonte nesse primeiro momento de vida.
A partir do cálculo desse signo, que é o nosso signo ascendente, podemos desenhar nosso mapa astral, que é uma espécie de fotografia, tirada do céu no momento do nosso nascimento e que determina nossa personalidade e caminho de vida.
O signo ascendente está relacionado também com o nosso corpo físico, pois ele é determinado no momento exato em que nosso espírito encarna no corpo. Por isso, astrólogos mais sensíveis e experientes, conseguem saber o signo ascendente de uma pessoa, apenas olhando para ela.
No mapa natal, o signo solar tem a ver com a nossa essência, nosso lado masculino, o herói interior. Tem a ver com o que somos em nossa profundidade. É um aspecto dinâmico, pois sempre estamos nos transformando em algo, crescendo, evoluindo como seres humanos.
O signo lunar, tem a ver com nosso lado feminino, nossa capacidade de nutrir aos outros e a nós mesmos. Nosso lado acolhedor, afetuoso, uterino. O signo ascendente é a nossa persona, nossa personalidade. O Sol determina os nossos objetivos de vida. O signo ascendente determina a forma que agiremos para alcançar esses objetivos.
Muitas vezes, mostramos mais o signo ascendente do que o solar, especialmente depois da primeira quadratura de Plutão, em que nos tornamos mais inteiros e completos, mais maduros, com os vários aspectos de nosso mapa integrados entre si. Por isso dizem que depois de uma certa idade o signo ascendente domina mais as nossas vidas.
Nunca deixamos de ser nosso signo solar, mas podemos sim, integrar com mais facilidade o ascendente a esse signo depois de uma certa idade. O ascendente é como uma lente, pela qual percebemos o mundo, ou seja, a forma que observamos o mundo e a forma que ele nos responde, tem a ver com esse signo.
Se Áries é o nosso signo ascendente, entenderemos o mundo como um palco de luta, de briga, de guerra, para atingirmos nossos objetivos. Colocamos nossa armadura e nos preparamos para a luta. Se Sagitário ascende, o mundo é um palco de conhecimentos e aventuras, em que podemos crescer e atingir nossas metas, normalmente espirituais e filosóficas.
É dessa forma, que o signo ascendente vai desenhando e colorindo o mundo no qual encarnamos e esse mesmo mundo responde na mesma vibração, colorindo nossas vidas.
Qualquer planeta que trazemos no signo ascendente possui grande importância. Se por exemplo, Saturno estiver lá presente, sentiremos o peso da vida já no momento do nascimento e, já no primeiro momento, é muito provável que a vida seja sentida com esse mesmo peso. Uma pessoa com Saturno no ascendente, traz a rigidez, a frieza e mal humor, características típicas das pessoas que trazem Capricórnio no ascendente. Com Júpiter, teremos um efeito contrário: seremos alegres e expansivos, como se trouxéssemos Sagitário no ascendente.
Costumo dizer que Sol, Lua e Ascendente, funcionam como um tripé, todos com uma importante função na construção de todos nós, como alma e indivíduos.