No dia 17 de setembro, por volta das 23h45’, a Lua entra na fase Cheia em Peixes, chega unida a Netuno e em ótimo aspecto com Plutão em Capricórnio e Urano em Touro e acompanhada de um eclipse.
Vamos lembrar que um eclipse só ocorre quando a Lua está na fase Nova ou Cheia. Se está na fase Nova, é um eclipse solar, porque a Lua está entre o Sol e a Terra. Se na fase Cheia, é lunar, porque a Terra está entre Lua e Sol. Normalmente são 4 os eclipses em cada ano, dois lunares e dois solares.
Eclipses são fenômenos que, querendo ou não, nos impactam com mudanças difíceis de prever. A palavra mudança costuma assustar muita gente, mas, vamos lembrar que as mudanças fazem parte da vida neste planeta, regido pela grande Lei da transitoriedade, que diz que nada é permanente, a não ser a própria mudança.
Às vezes as mudanças são dolorosas mesmo, especialmente quando os eclipses chegam sob muita pressão de planetas como Saturno, Urano e Plutão, ou tocando pontos de tensão em nossos mapas e passamos por situações difíceis de serem elaboradas, com perdas de pessoas que amamos, empregos, dinheiro, saúde. Às vezes, infelizmente, a vida nos mostra que existe um destino a ser cumprido e é nesse momento que percebemos que nem sempre a vida nos é generosa e devemos, querendo ou não, lapidar nosso caráter e adquirir mais força, consciência e maturidade emocional. É um tempo em que nossa resiliência é testada. A dor pode ser intensa em muitos momentos. No entanto, muitas vezes, os eclipses trazem mudanças surpreendentemente boas, com muitas novidades e esperança de um novo ciclo de vida, construído, na maioria das vezes, com muito trabalho e algumas recompensas.
Em tempos de eclipses, o mais difícil é exercitar o que o budismo e algumas linhas esotéricas chamam de desapego. O desapego está relacionado com a capacidade de deixarmos ir seja o que for, de nos deixarmos fluir e seguir com leveza o fluxo da vida. Exercitarmos o distanciamento emocional e esperar sem medo o que está por vir, sem ansiedade, apenas observando os acontecimentos de maneira mais ampla.
Aprender o distanciamento emocional, é necessário, porque nossos medos costumam nos confundir e não conseguimos enxergar com clareza. Se nossos medos nos dominam em tempos de eclipses, não conseguiremos deixar a vida acontecer naturalmente. Sem o distanciamento, o medo toma conta de nós e podemos nos perder dentro desse processo. O medo é muito importante em qualquer processo em que temos algum controle sobre ele, mas quando somos dominados por ele, perdemos a razão, deixamos de pensar e agir com clareza e controle mental. Quando isso acontece, podemos ficar paralisados diante do perigo e nossa capacidade de discernimento e discriminação diminui ou pior, desaparece.
Eclipses sempre trazem acontecimentos marcantes, que são divisores de águas em nossas vidas; acontecimentos que nunca esquecemos, como um casamento, divórcio, nascimento de um filho, perda de alguém querido, mudança de casa, cidade ou país, a abertura de um novo negócio, um novo emprego ou função importante que conseguimos, depois de muito tempo de esforço. Eclipses nunca trazem mudanças sem significado, elas sempre marcam a finalização de um ciclo e começo de outro.
Normalmente, sentimos os sinais dessas mudanças, muito antes do dia exato dos eclipses acontecerem, algumas semanas normalmente e seguem por pelo menos seis meses, podendo se estender a até dois anos.
Os eclipses sempre sinalizam o que está por vir. E, se tentarmos controlar os acontecimentos, o sofrimento vai aumentar consideravelmente. A tentativa de controle, normalmente, é a causa do aumento do sofrimento. Lembre-se sempre: simplesmente siga o fluxo, deixe ir o que precisa ser deixado no passado. Deixe a vida acontecer prestando atenção aos sinais e observe para onde você está sendo levado. Saber fluir com a vida é uma arte que deve ser aprendida e é um trunfo que a gente tem nas mãos tempos de eclipses.
Lembre-se: quanto mais consciência, menos sofrimento.
Cultivar a serenidade é extremamente importante nos momentos de mudanças, pois ela abre caminhos para a compreensão, nos deixa abertos e livres para abraçar deixar o novo entrar em nossas vidas, pois um novo ciclo de vida começa a desenhar-se. Assim é a vida e não existe nenhuma maneira de mudar essa dinâmica, a forma que ela encontra para evoluirmos como almas que somos.
As mudanças acontecem e a vida diz para a gente: coloque os remos dentro do barco e relaxe; agora o controle não está mais em suas mãos. E dessa forma, somos levados onde devemos chegar. É claro que devemos fazer nossa parte nesse trabalho, mas o comando dessa viagem não está mais em nossas mãos.
Não temos outra saída, a não ser deixar a vida nos levar para mais uma etapa. Um ciclo se completa e outro começa natural e sincronicamente. Vamos torcer para que ela seja sempre um pouco mais generosa com todos nós.
Neste eclipse, que acontece aos 25 graus de Peixes, o foco serão a saúde, o trabalho e a rotina, ou seja, podemos esperar por mudanças nessas áreas de nossas vidas. No entanto, é importante que você saiba em qual casa cai os 25 graus de Peixes em seu mapa natal. É essa a área da vida que vai ser impactada pelas mudanças. É importante cuidar com mais carinho da saúde integral, do corpo, da mente, das emoções e do espírito. Peixes é um signo de saúde mental e emocional, mas também tem a ver com a espiritualidade, portanto, podemos sentir uma forte necessidade de conexão com o Sagrado.
Estaremos todos mais fechados e introspectivos, mais voltados para nossas emoções. Como ele chega unido a Netuno, devemos estar atentos às ilusões e enganos, seja no que for. Na coletividade, podemos esperar por muitas águas, que, certamente, vão provocar ainda mais enchentes. Terremotos seguidos de tsunamis não estão descartados.
Eclipses lunares normalmente trazem questões do passado para serem finalizadas. Dessa forma, abrimos as portas para que o novo possa chegar. Creio que este será um eclipse positivo, pois ele chega em ótimos aspectos com Plutão e Urano, promovendo mudanças transformadoras e inesperadas. Meditem muito todos os dias, pois a meditação costuma ser uma ótima aliada em tempos de mudanças.