Afinal, o que significa a mudança para a Era de Aquário? E o que devo fazer para conectar-se a essa mudança? Como, afinal, isso influencia minha vida?
Fala-se muito em mudança de Era, Nova Era, Era de Aquário, mas a maioria das pessoas não consegue entender objetivamente o que isso significa e como utilizar essas energias na vida prática para estarem sintonizadas a essa grande mudança, tão falada e esperada por todas as religiões e espiritualistas.
Estamos caminhando para Aquário e esse é um fato irrevogável.
Mas o que isso significa?
Todos que se interessam por Astrologia, sabem que somos regidos por doze arquétipos, chamados signos zodiacais. Além disso, já entendemos que estamos todos interconectados, portanto, se esses arquétipos têm influência sobre nós, têm também influência sobre todo planeta, regendo também o inconsciente coletivo de toda humanidade.
Cada uma dessas regências, marca uma época importante influenciada pelo arquétipo ou signo correspondente. Por isso falamos em Era de Áries, Peixes, Câncer e todas as outras. Essa teoria se chama “Grande Ano De Platão” ou “Grande Ano Zodiacal”, que se baseia em um fenômeno astronômico, chamado “precessão dos equinócios”, descoberto por Hiparco de Nicéia, astrônomo grego que viveu de 190 a 120 a.C.
Cada grande Ano Zodiacal, tem aproximadamente 25.920 anos e cada mês, ou duração de uma Era, cerca de 2.160 anos. Atualmente estamos deixando a Era de Peixes, colocando nossos pés na de Aquário e já podemos sentir as energias aquarianas penetrando e se manifestando no inconsciente coletivo de toda a humanidade.
Se fizermos uma viagem pela história, através do tempo, será mais fácil entender o significado e a importância dessas mudanças no processo evolutivo da humanidade, do planeta e do nosso Sistema Solar.
Vamos começar pela Era mais remota, que nos permite algum conhecimento, a Era de Leão.
Na Era de Leão, que é um signo de pompa e realeza, regido pelo Sol, nos deparamos com o surgimento dos Reis divinos, assim como as festas dos palácios repletas de luxo.
A criatividade leonina pode ser encontrada nos primeiros instrumentos, feitos de pedra e nas primeiras manifestações artísticas, com os desenhos em cavernas e esculturas. Atlântida, teria existido nessa Era, como berço de uma raça superior.
Na Era de Câncer, encontramos na Índia, na Mesopotâmia, no Egito e na China, as primeiras habitações fixas que foram criadas pelo Homem.
Nessa Era o homem deixa as cavernas e abandona a vida nômade. A agricultura começa a ser desenvolvida, para garantia de seu sustento de uma maneira estável. Essa fase é regida pela Lua e o matriarcado domina a civilização egípcia. Nessa época eram também difundidos os rituais de fertilidade, mais uma característica do signo de Câncer.
Na Era de Gêmeos, o intelecto e a comunicação dominaram a humanidade.
Como todos devem saber, Gêmeos é regido por Mercúrio, deus da comunicação, o grande mensageiro. Essa Era foi destacada pelo grande avanço da humanidade através de seu poder de conhecimento e inteligência. O marco mais importante dessa Era foi a descoberta da escrita, pois a partir dessa descoberta as informações passaram a ser armazenadas para nossa evolução e aperfeiçoamento. O movimento é também regido por Gêmeos e nessa época, a roda foi inventada e utilizada com o trabalho animal.
A sociedade começa a se estruturar politicamente e surgem as primeiras escolas de pessoas com a finalidade de aprender. No Egito surge a Grande figura de Hermes Trismegisto, rei, legislador, sacerdote, pai das ciências físicas, criador dos números, da escrita, da geometria, entre outras coisas.
Na Era de Touro, o marco principal foi a construção da pirâmide de Quéops, que contém todas as medidas do Cosmo.
Essa época é dominada pela matéria. Os corpos, depois da morte eram conservados (múmias). O Bezerro de Ouro era um símbolo sagrado para os hebreus, assim como o culto ao boi Ápis e à deusa Hathor representada por uma vaca, que também passa a ser sagrada na Índia. Touro rege a matéria e a harmonia das formas, bem como a natureza e seus ritmos, forças e leis. Nessa Era a cultura pastoril e a agricultura foram difundidas por toda parte. Vênus, como regente de Touro, nos presenteia com o desenvolvimento das artes, da pintura, da cerâmica, da música, da cosmética e da ourivesaria. O cobre, metal relacionado ao signo de Touro, começa a ser utilizado para utensílios de todos os tipos.
Na Era de Áries, o ferro, metal regido por esse signo, começa a ser utilizado.
Desenvolve-se a metalurgia e o uso de armas de ferro nas guerras. Para quem não sabe, Áries é regido por Marte, o deus da guerra. A coragem e a liderança caracterizam esse período. Novas conquistas, desbravamento de novas terras, pioneirismo e iniciativa, bem como o aperfeiçoamento das armas e da própria estratégia militar. O homem tenta impor-se a qualquer custo. Nessa Era nasce o mito do herói e o culto masculino à virilidade, aos hábitos espartanos, aos atletas, aos gladiadores, aos ginastas e às olimpíadas.
Agora vamos falar um pouco sobre a Era de Peixes, marcada pelo surgimento da figura de Jesus e o cristianismo, que teve como símbolos fundamentais a água e os peixes.
Vivemos nessa Era a crença inabalável na Igreja e na autoridade religiosa; na obediência ao sacrifício e à crucifixão de Cristo, como se fôssemos culpados de Sua dor. A submissão a um Deus punidor e autoritário, à dor e ao sofrimento. Uma Era marcada por guerras religiosas, pelas diferenças entre as raças e as religiões. Na Era de Peixes o valor se encontra na vida mundana repleta de sofrimentos e obrigações.
O mundo interior, os valores psíquicos, a expiação dos pecados, a busca do reino dos céus foi a marca dessa Era que é ou foi movida pela ideia do sacrifício pelo outro, da abnegação, da dissolução de si mesmo.
O comunismo, o socialismo, as leis trabalhistas, bem como a assistência social foram criados nessa Era.
A moral puritana, o sexo como algo impuro, o repúdio ao prazer, o voto de castidade, a virgindade feminina até o casamento (virgem é signo oposto a peixes e é o signo da purificação da alma; a virgindade foi confundida com a “pureza ” do corpo).
Peixes é um signo de água, e nessa Era as navegações marítimas tiveram grande impulso, bem como as viagens para terras desconhecidas.
A colonização e a escravidão, ambas mostram a submissão, e um longo período de provações e sofrimento sob o jugo de povos mais poderosos. Netuno, regente de Peixes, rege também as substâncias gasosas e líquidas e podemos perceber nesta Era a utilização de venenos tóxicos, do chocolate, do café, do álcool, do ópio, do fumo e outras drogas. Sob a influência de Peixes nasce também o cinema e a fotografia.

Será que já estamos na Era de Aquário?
Acredito que não, pois a influência de Peixes ainda é muito profunda e evidente. Muitos de nós, mas não a totalidade de nós, ainda somos submetidos a toda espécie de poder, pois ainda caminhamos como crianças pelo mundo.
Muitas religiões ainda controlam as emoções de um grande número de pessoas, pois muita gente ainda acredita que esse controle deve ser exercido por uma força fora de nós. Não temos ainda maturidade suficiente para comandá-las.
Neste momento, estamos no caminho para a conquista dessa maturidade, mas ainda temos muito o que caminhar.
Quando estivermos prontos para nos apropriar do autocontrole, vamos poder caminhar sozinhos e através de nossa vontade, vamos fazer escolhas cada vez mais conscientes e mudar paradigmas que trazemos marcados a ferro quente em nossas almas.

Era de Aquário
“Quando a Terra é avistada da Lua, não são visíveis nela, as divisões em nações ou Estados. Isso pode ser o símbolo da mitologia futura. Essa é a nação que iremos celebrar, essas são as pessoas às quais nos uniremos”.
Joseph Campbell
Essa frase de Campbell, mostra exatamente o espírito de Aquário e fica a pergunta que cada um deve refletir e responder: afinal, já estamos em Aquário?
A cada dia experimentamos a influência de Aquário em nossas formas de sentir, pensar e viver. Aquário é regido por Urano, que rege a eletricidade, a ciência moderna e a tecnologia. As viagens espaciais, a aeronáutica, a aceleração do tempo e a grande quantidade de informações que nos chegam em um pequeno período de tempo, também são regidos por Urano.
Sem falar da astrologia, das terapias alternativas, das novas ideologias aliadas a um enorme sentimento e necessidade de liberdade pessoal, que muitas vezes pode levar ao individualismo excessivo.
O automóvel, o avião, o helicóptero, o rádio e a televisão, o telefone, o radar, a eletricidade, os computadores e a internet, as novas descobertas da física e da mecânica quântica, tudo isso faz parte das novas energias aquarianas.
Mas não se preocupe, vem muito mais por aí. A excentricidade, a rebeldia, o espírito humanitário e idealista são as maiores características deste signo de ar que começa a mostrar sua chegada. O grito de Aquário é “Filhos, desçam da cruz!”
Vivemos um momento de quebra de paradigmas, tradições, conceitos, estruturas políticas e religiosas e cada vez mais nos depararemos com o progresso da ciência e da tecnologia. Urano foi descoberto por William Herschel em 1781 e em seguida, em 1789 foi deflagrada a Revolução Francesa, marco do início da Era de Aquário. Mas ainda não estamos totalmente imersos nesta Era, pois infelizmente nos encontramos ainda inseridos no melodrama coletivo que construímos em Peixes.
A maioria de nós, humanos, ainda acredita que estamos aqui para pagar dívidas e mais dívidas, sofrimentos e sacrifícios, punidos pela culpa na expiação de nossos pecados. Enquanto estivermos imersos nessa energia, não poderemos receber as benesses relativas à essa Nova Era que se aproxima cada vez mais de nós.
Nossos direitos humanos devem ser proclamados dentro de nossos corações como as chispas de Deus que somos. Nosso poder individual deve ser resgatado, e devemos assumir a condição de co-criadores e não de vítimas de quem quer que seja: do Estado, da Igreja, de vozes parentais que ainda gritam em nossos ouvidos e corações.
Temos em Aquário a possibilidade de resgatar e criar nossa própria realidade de felicidade, paz e prazer. As energias aquarianas estão aí, penetrando cada vez mais o inconsciente coletivo da humanidade e carregando nosso pequeno planeta de Luz.
Mas ainda estamos aprendendo, dia após dia, a receber mais e mais as energias aquarianas; estamos nos preparando para colocar, definitivamente, os dois pés nessa nova Era. Mas ainda não estamos prontos.
Passamos agora, por uma nova fase de grandes aprendizados, de reorganização social, coletiva e individual e através deste ciclo de Saturno em Peixes, último signo da roda zodiacal e da entrada de Plutão em Aquário e seus 20 anos nesse signos, para um novo amadurecimento, na direção da nova Era.
Os indianos chamam este momento de Era do Kali Yuga, a última era do ciclo cósmico. No Ocultismo, aprendemos que estamos imersos na “Noite Negra da Alma”, tempos de trevas e aprendizados pessoais e coletivos, uma grande queima de carma.
O que devemos fazer, neste período difícil que toda humanidade vive, é entender que, em termos evolutivos, devemos abrir o chacra do coração, o cardíaco, ou anahata, em sânscrito e isso não é uma tarefa fácil para nenhum de nós.
Conhecemos apenas o amor vivido e sentido através do plexo solar, um amor possessivo, egoísta, ciumento e carregado de ressentimentos. Sofremos por amor, por apego, por egoísmo.
Aquário rege a consciência. Em Aquário, o chacra cardíaco da humanidade se abre, a intuição trabalha em seu estado puro e uma “nova raça” será construída. Uma raça realmente preocupada com seu semelhante, em que o sistema político existe para o bem estar da comunidade, onde o trabalho existe para beneficiar realmente cada ser vivo e toda comunidade.
Vemos vestígios dessa raça em alguns países, como a Noruega, Islândia, Austrália, Dinamarca e Canadá. Mas o que vemos ainda e infelizmente, são as desgraças do egoísmo, da segregação, do feminicídio, do preconceito.
Temos ainda uma longa caminhada nos próximos anos e um difícil aprendizado pela frente.
O mais importante, é estarmos abertos para a nova humanidade, que dia após dia, é construída pelo despertar de uma e outra pessoa, até que toda coletividade seja despertada.
Todo aprendizado envolve dor e não podemos ter medo de enfrentá-la individual e coletivamente, pois o crescimento e o despertar de um grupo de pessoas, pode promover o crescimento de toda humanidade.